Contos e crônicas da vida...a vida não como ela é, mas como a vida quer.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
O bem sempre vence
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Dias felizes no sertão de Cambury

segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A natureza animal dos homens
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Aos mestres, com carinho.

sábado, 3 de outubro de 2009
Deus e eu

terça-feira, 29 de setembro de 2009
O ÚLTIMO OLHAR
A história de um intenso reencontro entre mãe e filho quando este está perto da morte é o principal foco da peça Os Olhos de Bette Davis, em cartaz na cidade as sextas-feiras de outubro
domingo, 30 de agosto de 2009
Sexo, álcool e sorvete de rosas
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Lições do tempo
terça-feira, 25 de agosto de 2009
JANELA DA ALMA
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
PODE SER EU
terça-feira, 28 de julho de 2009
SOBREVIVENTES NO VAZIO HUMANO
terça-feira, 21 de julho de 2009
Para um amigo

quinta-feira, 16 de julho de 2009
Tempo de espera-desertos humanos
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Mãe Coragem
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Puta vida
FILMES INEXISTENCIAIS

quinta-feira, 14 de maio de 2009
METADE DA VIDA

terça-feira, 12 de maio de 2009
A solidão de Tobias
segunda-feira, 4 de maio de 2009
CINZAS DO PARAÍSO

sexta-feira, 24 de abril de 2009
Sonhos
Eu sonhei um sonho. Assim Susan Boyle sonhou e encantou o mundo. Vivemos sonhos e sonhamos neles. Sonhos vem, sonhos vão. Vendo Susan Boyle acreditamos na possibilidade de realizar os sonhos, e como acredito mais: tudo tem seu tempo. Nos últimos dias, a vida me obrigou a pensar e refletir no imenso oceano de um mar profundo, nos sonhos, na dura realidade que nos espera. Fui surpreendido pela generosidade do ser humano. Sofri com o sentimento de não ter para onde ir. Sofri com o sofrimento de alguem que sofreu por mim. Ah vida! Vida louca, vida breve, vida imensa. O frio está chegando. Pior que o frio, é o frio do coração do homem!
terça-feira, 31 de março de 2009
Cenas de um casamento - O vestido

Sempre dizia que o último vestido de noiva que faria na vida seria o da minha irmã. Levei quatro meses elaborando e costurando o modelo. Queria um modelo clássico, sem modismos, que valorizasse a beleza dela, que tem um porte alto e elegante. Sabia que iria trabalhar com renda francesa. Sabia que mamãe iria dar palpites. Para evitar conflitos, encomendei um manequim com as medidas e trabalhei na técnica da moulage, que gosto muito e da qual sou professor. Em janeiro, levei-o para provar em Fortaleza e trouxe-o de volta para São Paulo, onde terminei-o alguns dias antes da cerimônia. O véu, com quatro metros, costurei-o na madrugada da viagem. O vestido ficou perfeito. Acrescentei-o uma cauda de tulle francês de 3 metros. Tinha que ter cauda para ter majestade. E ainda luvas grandes, até os cutuvelos. Foi muito emocionante para mim esse vestido. Minha mãe, no princípio, não pôs muito crédito que eu o faria e terminasse no prazo. Até ligou para minha casa para investigar se ele estava pronto. Enfim, no dia do casamento, fui levá-lo para vestir a noiva. Quando ela vestiu, tive um dos piores choques que um estilista poderia ter: na beira do vestido havia uma mancha de graxa de carro. Provavelmente tinha sujado-o quando retirei-o do carro. Meu coração doeu e meu stress foi às alturas. Uma vontade de chorar me abateu. Mas fui iluminado e corri em casa, peguei o resto da renda que havia trazido para doar à minha mãe e bordei-a por cima da mancha, escondendo-a. De todos os estresses, esse foi um dos maiores da minha vida. Só sei que, quando minha irmã chegou para a cerimônia, esqueceu o bouquet em casa. E toda noiva atrasa. E esse foi o vestido da minha vida. Já posso morrer em paz.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Brasis e Traipu
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Nu de mim mesmo
Quarta-feira de cinzas. Chove. A lembrança de um mendigo que parecia bêbado e também doente me veio à cabeça. Era sábado de carnaval. Foi tudo muito rápido, a caminho do teatro. Estava dentro do carro e em segundos que o veículo parou no sinal, assisti tudo. Ele tinha um tumor enorme no rosto. Depois fiquei me sentindo mal pois poderia ter descido do carro e ajudado aquele ser. Nada fiz.Uma mulher o xingava e ameaçava chamar a polícia para que ele saísse daquela esquina. Como se a esquina fosse dela. Talvez a figura com o rosto deformado a estivesse incomodando demais. Um retrato seu por dentro? Quantos, tão belos por fora, tão feios por dentro, vestem-se de máscaras sociais. Segui o caminho das horas e fui ao teatro. Exercício de paciência. Por que cada vez mais os grupos teatrais esquecem de que o público tem que se ser tocado numa encenação? Quase quatro horas de pura masturbação cênica. Sabia que a peça era longa e achei que seria uma grande encenação. Mas nada acontecia. Não só me incomodei como meu corpo reagiu: cãibra, dor de ouvido e dor nas costas. Juro que tentei entender e fiquei nu de conceitos pré-estabelecidos sobre a montagem. No fim, nem vieram receber os aplausos. O carnaval foi tranqüilo. Fiz bobó de camarão para uns amigos. Sempre fui de apreciar de longe as folias. Sou meio parado mesmo. Lembranças de Maiakovski. Fiquei nu de mim mesmo.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Quem quer ser milionário?
Acaba de passar da meia-noite e talvez eu não seja mais um dos milionários da megasena. Mas eu joguei. Acabei de assistir “Quem quer ser milionário?”, um dos filmes candidatos ao Oscar. A história se passa na Índia. Me senti um milionário. Revi a trajetória de meus pais e de muitos outros no filme. Minha mãe, vinda do interior do amazonas, mais velha de 10 irmãos. Vendia banana frita na praça e cafezinho para ajudar minha avó. Meu pai, vindo do interior do Ceará, orfão logo cedo, foi mais um nordestino que enfrentou as enchadas e estradas. Ambos de famílias paupérrimas, sem muitas perspectivas. Não foram favelados, como no filme, mas não gozaram do luxo nem do desperdício, como eu e meu irmão gozamos. Mas recebemos valores que nos tornaram milionários. Há muito o que refletir quando vemos o mundo ao nosso redor. Um avião caíu no Rio Manacapuru ontem. Tentei saber notícias do meu irmão, que vive voando pela bacia amazônica. Está bem. Aproveitei e pedi que me desse de presente um molho de pimenta dos bons. Podia ser um carro mas um bom molho já basta. Ao cair da tarde, choveu muito e sempre adoro ficar deitado, ouvindo a chuva. Minha mãe dizia que, enquanto eu me deleitava com a chuva, pobres miseráveis em barracos não dormiam com seus tetos flagelados. Sou um milionário. Recebi não só uma educação primorosa, mas bens que me acompanharão até a morte. Quando lembro de alguns favelados milionários de nossa sociedade, principalmente aqueles do congresso nacional, tenho que acreditar em outras vidas. Tenho que acreditar que eles renascerão em nossas favelas maravilhosas, mas se não forem maravilhosas o suficiente, pois político é exigente, ainda há as favelas indianas de Munbai. Quem quer ser milionário?
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Por um pouco de felicidade no meio do nada
Há muitos anos não ía em Jericoacoara. Muitas mudanças na cidade e em mim. De adolescente para homem. A estrada agora era sinalizada e fiz o caminho entre as dunas à luz do dia e não com a lua me acompanhando, como das outras vezes. A pousada não era lá essas coisas e o café da manhã idem. Mas no primeiro dia, ou melhor, na primeira tarde, já que chegara depois das 14 horas, fomos até a pedra furada. O tempo ameaçava fechar, mas o lugar era lindo. O guia começou dizendo que ficava 1km distante, depois dois, e no fim eram mais de três. Mas criamos coragem e fomos. Um lugar muito lindo e era como se fosse a primeira vez. Chegamos na pedra furada. Todos correram para tirar fotos. Dei um tempo e contemplei o lugar. Depois fotos. Da última vez, podia subir na pedra. Agora, não mais. A volta, uma chuva torrencial ameaçava-nos. Fui caminhando junto ao mar, observando o entardecer. Momentos de muita paz. A chuva nos pegou e fiquei ensopado. Teria suas conseqüências. A noite, filé de peixe com limão. O restaurante quase me estressa. No dia seguinte, passeio à lagoa azul. Minha máquina cai na areia e deixa de funcionar. Um pouco de stress. Comprei uma descartável e conheci a pequena Needa, uma lituana sorridente de poucos meses. A tarde, passeio a Tatajuba. E chuva, chuva. Frio. Na volta, minha garganta anunciava que teria uma noite doente. Choveu a noite toda e nada de por-do-sol na duna. Pela manhã, subi a duna e contemplei o paraíso. Quando for um escritor famoso, abandonarei tudo e ficarei três meses por ano escondido em Jeri. Lá em cima, vi que podemos ser felizes com um pouco de felicidade. Relembrei o garoto no meio da chuva dando tchau, rindo, no meio do nada. Lembrei de bicicletas sobre as dunas. Lembrei do pescador tirando água da jangada para navegar. A felicidade era aquilo. Está com quem gostamos e vendo que Deus existe. No meio do nada.
domingo, 4 de janeiro de 2009
O vestido ou menos é mais
