terça-feira, 12 de maio de 2009

A solidão de Tobias

Há alguns dias, vivi uma situação inusitada. Estava indo eu e Elizabeth ao centro, ela no volante, quando vimos uma mulher aos gritos, tentando pegar um taxi. Elizabeth parou o carro e a senhora, aos prantos, pedia ajuda com Tobias ao colo, aparentemente desmaiado. Ele tinha sido atacado por três cachorros maiores.Tobias era um cão. Rapidamente, dirigimos-nos a um Petshop, e a senhora pedia para Tobias não morrer, que Tobias era o único amor que ela tinha, que Tobias não abandonasse-Tobias, reaja, reaja-não faça isso comigo! Aquilo nos emocionou muito. O amor pelo animal. O desespero dela era muito doloroso. Foram poucos minutos. Tobias já estava de olho parado, sem reação. Chegamos no Pet e a senhora correu com Tobias e seguimos nosso caminho, com o pensamento angustiado. O que teria acontecido com Tobias? Na volta, voltamos e procuramos saber o destino de Tobias. Tobias morreu de ataque cardíaco. Procuramos saber o paradeiro da senhora e nos informaram que ela, em choque, não queria mais cachorros. Tudo isso me fez pensar sobre a solidão. A grande solidão de São Paulo. Há muitos solitários nessa cidade. Acho que encontro todos os dias muitos deles na avenida Paulista. Sinto-me feliz de estar com minhas amigas. Não temos muito, mas aqui não há solidão. Há uma divisão muito grande de alegrias e tristezas, de pães e queijos, café e coca-cola. Envelheço na cidade que, às vezes, não dorme. A solidão é algo terrível.

Nenhum comentário: