sábado, 27 de novembro de 2010

Vi nisso.


Acordei e vi o chiclete, já meio duro, ao lado da cama. Fruto de um amor breve, porém não menos intenso, desses que somos acometidos pelas carências, foi tudo que restou de uma relação efêmera. As dores ficaram. Acordei com dor no peito e dor de ganganta. Tomei um antiflamatório. Minha esperança de beber umas, logo mais a noite, estão se diluindo. Aos poucos, a sensação de ser preterido está passando. Ser o outro, pau amigo, amigo amante, seja lá o que for, está fora de questão. Não sou segunda opção. O ser humano sofre por suas opções. Esse ano é o segundo bonde errado que pego. Sofremos, mas se crescermos, é válido. O abraço final, entre lágrimas e soluços, doeu. Chorei por dentro mas não abriria guarda. Eu também queria ser abraçado. Eu também queria carinho. Tou ficando macaco velho. Tou ficando velho. No fim, resta a companhia das minhas minirosas, que não falam, mas que exalam o perfume em forma de carinho. Vi nisso um sinal. Vi nisso que tenho que partir.

sábado, 23 de outubro de 2010

O MONSTRO


Tem momentos na vida que paramos e nos perguntamos: que estamos fazendo aqui? Pra onde vamos? O que será o amanhã? Meus olhos ainda ardem. Difícil ficar de atestado médico. Nunca tinha ficado. Um desânimo me abateu. Fiquei observando algumas coisas ao meu redor. Conheci recentemente algumas pessoas e cada uma foi uma experiência diferente. Fiquei pensando na minha solidão. Na grande solidão e do medo de ficar só. A carência humana está muito grande. Aprendi com o tempo a lidar comigo mesmo mas nem sempre venço o monstro que há dentro de mim. É mais fácil termos receitas para os outros, mas não temos nenhum remédio para alguns dos nossos males. O processo da escrita nos faz refletir muito além do ser humano. Ninguém pode julgar ninguém. Julgamos diariamente. Constantemente. Hoje quis mudar o mundo mas o mundo não quis ser mudado. Podemos errar. Temos direito de errar. Tudo passa.

sábado, 4 de setembro de 2010

Viver


Chorar é uma das coisas mais difíceis para os homens. Constantemente, acuados por uma sociedade machista e maxista, ele chora escondido, ou reprime, gerando marcas para a vida inteira. Depois das obrigações de Amélia, da louça do café-da-manhã e do jantar de ontem, sentei em frente a televisão e parei no canal que passava Billy Elliot. Revi parte do filme e chorei no fim. Uma história que fala sobre as dificuldades que passamos quando queremos sonhar e realizar nossos sonhos. Revendo a trajetória de meus pais e familiares, vejo que sou um privilegiado. Já realizei o maior sonho, agora só faltam pequenos sonhos. Mas há os obstáculos humanos e naturais a vencer. Há eu mesmo a vencer. Há o destino. Há um mundo de coisas que nos fazem ver que podemos vencer qualquer coisa, inclusive a nós mesmo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Chuva

Choveu em São Paulo. Hibernei como um urso. Eu sou um urso. Fiquei pensando naqueles pobres que perderam suas casas num incêndio noite passada. Há muitos sem-teto pela cidade. Sem-família. Sem-amor. São Paulo é um cidade sem.Há muitas diferenças sociais. A solidão é enorme. Fui caminhando para o cinema. Queria abstrair um pouco dos problemas. Leio que um amigo sente-se só. Tento dar uma força e convidá-lo ao cinema. Fui só mesmo. Ri um pouco. A chuva trouxe um ar mais saudável. Podemos respirar melhor.O inverno enfim chegou.Amanhã é outro dia.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Azuis


Acordei cedo. A luz foi surgindo aos poucos. A preguiça foi indo embora. Meu pensamento em azul. Uma sensação de prazer e desejo. Meu nariz não me permitia buscar o cheiro de ontem. Havia apenas copos e pratos sujos . Busquei ouvir Abel Korzeoniwski. Havia a sensação de algo bom, num curto espaço de tempo. Olho na janela e vejo minhas pequenas rosas. Lindas. Lindo. A música cresce e a necessidade de escrever, descrever é latente. Como a música traduz meu espírito nesse momento. Os olhos enchem de lágrimas mas elas não caem há algum tempo. A cama desarrumada. Vivienne Westwood jogada no chão. O som dos violinos transpondo o tempo e o espaço da alma. Por que as pessoas têm tanta dificuldade em falar o que vai dentro do âmago? As coisas boas assim como as ruins marcam consideravelmente nosso espírito. Mas aqui estão as marcas boas de uma noite efêmera. Por um minuto, fecho meus olhos e me transponho apara aquela duna, em forma de pirâmide onde rezei muitas vezes. É a música com seu poder de mudar o tempo e o espaço. Violinos. Nessas horas lamento ter largado as aulas de música. O tempo corre. Estou escravo do tempo hoje. Escravo de mim mesmo. Mas aqueles olhos não me saem da cabeça. Meu sorriso transborda ao lembrar deles. Azuis. Azuis.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Felicidade

Meu dia começou cedo. Um pensamento longe me acompanhou. Intrigado com os dias e os homens. Pensei nas carências humanas. Somos fracos, uns mais , outros menos. Mas há uns que fantasiam demais e criam situações inusitadas. De repente, estamos no meio de um filme e nem sabemos como e porque fomos parar lá. Coincidência dos fatos. O dia transcorreu na espera do jogo. Cozinhei. Fui até o apartamento das minhas amigas. Uma dor nas costas. Queria uma massagem. Enquanto o Brasil não marca, eu não vejo o jogo. Apenas ouço. E vieram os gols. E pipoca, coca, brigadeiro, creme de galinha e carinho amigo. Felicidade. Brasil será campeão.

domingo, 27 de junho de 2010

Noites avassladoras


Algumas noites são avassaladoras. Após um café agradável na livraria cultura e de companhia idem, fui para casa. Tudo era solidão. Meu companheiro, um copo e muito gelo. Muitos copos e muitos gelos. Os dias tem sido felinos.Há uma impaciência constante na minha pessoa. Ando querendo matar pessoas, quebrar copos, excitar o meu lado sádico adormecido. Adoro analisar o ser humano. Tenho feito isso quase todos os dias. Isso me excita muito. Representamos cenas diárias do maior espetáculo da terra: a vida. Meia noite, virei a anti-cinderela e estava numa fauna animal. Muitos animais aproximaram-se. Minha palavra é minha arma. Como o ser humano é idiotizado. Às duas da manhã deu meus cinco minutos e ninguém me segurou. Vim caminhando sozinho. Nunca senti medo de nada e ninguém. Olhei a lua. O vento frio batia na minha cara. Vi muitos lázaros dormindo no caminho, enrolados em cobertores fétidos. Havia um jogado ao chão, bêbado talvez, cadeira de roda ao lado. Quantas vidas sem destino. Chegando na minha casa, cruzei com um cristo. Cabelos compridos, barba, sujo, catava o lixo. Em 30 minutos caminhando, vi muitas vidas, a minha vida. Era melhor continuar aquela noite sozinho. A solidão não era a melhor opção, mas dormi feliz.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

GOSTO E DESGOSTO


Essa semana, uma prima que há muitos anos não tinha notícias, disse que eu fui uma criança doce. Fiquei pensando nisso. A vida, o homem, a necessidade de crescer e amar, nos amarga. As vezes somos atores, representamos que está tudo bem, mas por dentro, estamos meio aos trancos e barrancos. Questiono-me muito sobre o sentido da vida e sei que tudo tem sentido, mas enxergar as entrelinhas dessa mesma vida é que nos trai e mostra que temos que crescer fortes e a doçura vai por água abaixo. Ninguém sabe o duro que foi perder a inocência cedo, tentar amadurecer na selva de leões, de pedra. O inverno está chegando e pior que o frio, é o frio no coração dos homens. O ar vai ficar pior nessa cidade e mesmo assim não irei usufruir das praias da minha infância ou dos sertões de Bodocó. Passada uma semana, em que moda mostrou-se uma coisa mais fútil do que tudo, e que vi pessoas que vivem em castelos de vaidades e tendências, sinto-me feliz que tudo passa. É moda. Passa. Somos atores, não somos? Uns com tanto mal gosto. Mas tem gosto e desgosto para tudo. É a vida.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SOWETO E LENÇÓIS


Ao fim do dia, reflito sobre minha vida, uma vida que poderia ser melhor, se o personagem principal dela fizesse as coisas mais certas. Acordei e fui com um amigo ao breakfast da padaria Bela Paulista. Um Buffet fantástico. Brindamos a Audrey Hepburn e começamos o café tomando frisante. Depois, caminhar na Paulista. Comprei um relógio xing-ling. Antes de chegar em casa, ele já estava atrasando. Não tinha garantia. Riam. Depois, vale do Anhangabaú. Gente feia. Iludidos com o falso brilho de quererem ser o que não são. São. Ilusionistas. Encontrei até “Leide Gaga”. Voltei para casa cinco chopes de vinho depois. Deitei. Telefone não me deixou dormir. Não saí. Fiquei vendo TV, arrumando minha suíte. Assistindo ao globo mar, na Ilha de Lençóis,me emocionei com um abraço poético entre um menino albino que quer ser poeta e a repórter. Eles pescam a noite porque o ministério da saúde não distribui protetor solar. Oh deus, que país é esse em que tantos querem o poder e ninguém faz nada pelos brasileiros esquecidos. Aí vejo a alegria do povo de Soweto com a seleção brasileira. Soweto tem um milhão de esquecidos também. Entre negros sul-africanos e brancos dos Lençóis, termino a noite, vendo que eles são mais felizes que eu.

domingo, 2 de maio de 2010

Destinos e caminhos

Tem dias que uma tristeza invade nossos corações. Tirar alguém de nossas vidas não é fácil. Pode ser um processo que pode levar dias, meses, anos, quiçá uma vida inteira. Ninguém constrói uma vida na mentira. A verdade sempre prevalece. Duvidar da verdade de cada um é um ato de coragem. A suspeita pode fazer feridas incuráveis. A vida, apesar de complexa, funciona sabiamente. Uns acreditam em destino, outros em suas próprias crenças. Eu acredito mais em destino. Mas do mesmo jeito que a estrada nos mostra alguém numa curva, ela segue entre retas e precipícios curvos, e outros aparecerão no caminho. Mas que fazer quando estamos tristes? Viver e seguir nossos caminhos.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

AMORES BRUTOS

Tem dias difíceis de suportar. Do nada, vivemos crises existenciais. Eu tento fazer minha parte, mas tem horas, como agora, que gostaria de acabar com tudo e voltar ao nada. Procuramos diariamente motivos para viver. Procuramos pessoas para estar ao nosso lado, independente do tempo e da distância. Amamos certas pessoas e nem sabemos por quê. Temos que saber? Amamos não pela possível beleza física, que digamos, é muito passageira. Amamos por pequenas palavras, uma foto, um gesto, um nada que não tem explicação. E quando não dá certo, vivemos o processo do desamor, que nunca desejamos, mas que já aconteceu inúmeras vezes. Pior é amar quem não conhecemos. Amores virtuais. Mas todo amor requer uma dose de sacrifício, e, as vezes, nos sacrificamos tanto, e tudo em vão. Amores brutos.Só nos resta viver e superar a vontade de ligar e ouvir uma certa voz.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Amar


Amar
Que pode uma criatura senão,senão entre criaturas, amar?amar e esquecer,amar e malamar,amar, desamar, amar?sempre, e até de olhos vidrados, amar?Que pode, pergunto, o ser amorososozinho, em rotação universal, senãorodar também, e amar?amar o que o mar traz à praia,o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?Amar solenemente as palmas do deserto,o que é entrega ou adoração expectante,e amar o inóspito, o áspero,um vaso sem flor, um chão de ferro,e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,doação ilimitada a uma completa ingratidão,e na concha vazia do amor a procura medrosa,paciente, de mais e mais amor.Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossaamar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drumond de Andrade

A corrida

Todo dia apostamos numa corrida em que queremos ser vencedores. É um páreo difícil. Há cavalos fortes, há cavalos fracos. Chega em primeiro quem tem a melhor disposição para vencer as adversidades. Apostamos tanto. Apostamos muitas vezes num cavalo medíocre. Apostar no cavalo certo, no vencedor, é o grande enigma. As vezes, inconcientemente, apostamos. E perdemos tempo, dinheiro e saúde. Quando, num dia inesperado, sem a menor perspectiva, ganhamos, é uma alegria, um sentimento de vitória que levamos noite adentro, entre sonhos e uma sensação de felicidade indescritíveis. Todo dia sonhamos com essa vitória. Ganharemos poucas vezes na vida, quiçá nem uma vez. Mas a vida é sonho, e os sonhos, sonhos são.

domingo, 21 de março de 2010

A single man


O limite de nossa capacidade de viver é testado muitas vezes. A solidão que nos abate em vista de perdas afetivas nos fazem querer a morte. Morremos tantas vezes. Matamos também para não morrer. A felicidade alheia pode ser incômoda quando somos invejosos e egoístas. Há muitos diuas a solidão está incomodando. Hoje, no cinema, assistindo "A single man", identifiquei-me demais com a história. Até que ponto somos fortes. Até que ponto somos capazes de nos reconstruir, dar a volta por cima e erguermos novos castelos. Hoje, voltando das baladas, deparei-me com Celina, uma senhora que dorme na esquina do meu qurteirão. Sempre me perguntava qual seria a história daquela mulher. Hoje conheci toda. Sozinha no mundo, mas digna. Sobrevive com 147 reais. Emocionei-me demais ao tomar liçoes de vida no dia que surgia. O que somos? O que sou? Apenas um rapaz solteiro.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Nem tudo são flores


Olhando as flores da minha janela, tão bem cuidadosas e cheias de amor, fico pensando que na vida nem tudo são flores. O dia está nublado, meu coração também. O verão está chegando ao fim. Apesar do inverno ser a estação que mais gosto, não sei se quero passar mais um em São Paulo. Há a alegria de muitos amigos que fiz e a tristeza de muitos insignificantes que conheci. Vim só, provavelmente partirei só. Alma errante. Tudo estava bem até alguém dar sinal de vida. Anos para esquecer alguém e segundos para todo um sofrimento voltar á tona. Me senti um náufrago, boiando no mar ártico sem fim. Realmente, hoje não seria um dia comum. Amanheci com extrema calma e procurei atender todos os alunos. Cheguei em casa e cozinhei muitos pratos: queria um almoço completo. Os dias correrão e esquecerei esse dia. Amanhã será outro dia. Graças a Deus.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Por um pouco de felicidade.

"O dia foi de muita tristeza para todos que, nos últimos três anos, se emocionaram com a história de um jovem do Recife. Alcides do Nascimento Lins nasceu numa comunidade pobre e conseguiu passar no vestibular de Biomedicina, da UFPE, em 2007. Sonhava em se formar, mas a família não poderá ver o estudante receber o diploma. O jovem foi assassinado. "
Foi assassinado porque os criminosos, não achando quem queriam matar, o mataram por um simples capricho: não deixariam de matar alguém. A esperança move os brasileiros. Alcides era o retrato da esperança. Um desânimo me atinge ao saber dessa história. Meus Deus, como as mães sofrem diante dessas esperanças mortas pela absurda sanha criminosa que anda solta aí. Talvez seja filho da esperança. Minha mãe coragem venceu a ignorância dos meus avós e conseguiu estudar porque revoltou-se contra eles. Foi salva por uma tia que a tirou de casa e conseguiu uma bolsa numa escola que dava bolsas a meninas pobres em Manaus. Lá se vai mais de meio século. Hoje, ao conversar com ela como todos os domingos, ela contou-me que um tio perdeu a pensão mísera de um salário que recebia porque o INSS achou que ele já está bem e não merece mais receber. Meu tio cospe sangue quando tem crises. Miséria humana. Choro ao pensar que hoje estive tomando banho numa casa que vale milhões e que a felicidade não mora lá. Tive um fim de semana ao lado da felicidade. Um grande contraste com a vida. Vivemos por um pouco de esperança. A esperança não morreu mas anda doendo. Dói.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Regime feliz, dia feliz.

Acordar e pensar que tem alguém pensando na gente logo cedo é bom e faz muito bem ao coração. Depois do médico, no metrô, deparei-me com um casal carregando um filhinho pequeno. Fiquei observando o carinho e um detalhe na mãe: ela não tinha um dos braços. Tantas pessoas nesse mundo que superam todas as dificuldades e são mais felizes que muitos de nós. Precisamos de dinheiro, de tanto dinheiro para sermos felizes? Ainda no caminho, vi muitos revirando o lixo. Meu pensamento foi no Haiti. Precisamos de dinheiro sim, mas dignamente. Mas dividir é um verbo quase ausente do nosso vocabulário. Ao chegar em casa, no jornal da tarde, vi uma matéria sobre uma brasileira que trabalha em Londres e abriu mão de ganhar muito para ganhar pouco e trabalhar ajudando milhares de pessoas. Ela foi considerada na corte inglesa como uma mulher que faz a diferença e foi notícia. Não há como não lembrar de Zilda Arns nesses momentos. A tarde, no fim, fui encontrar alguem que penso logo cedo e que faz a diferença. Tomar um sorvete juntos, bater papo, rir, desejar, ser desejado, isso faz a diferença. O que faz você feliz? O sorvete foi ótimo. Mas ainda tem as trufas que ganhei. Que regime difícil. que regime feliz. Ainda tive tempo de fotografar as vaquinhas. Dia feliz.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

As rosas não falam


Tento enxergar um caminho difícil. O dia, prestes a amanhecer, me faz pensar na minha tristeza, na tristeza humana dos solitários. Me sinto num imenso campo de rosas, um roseiral. Há flores lindas mas não posso tocá-las ainda. O máximo que consigo é aspirar seu perfume e saber como são belas. Se tento tocá-las, firo-me, ou no desespero, firo a rosa, despetalando-a. Isso é a vida. Sei que há uma rosa que não tem espinhos, ou se os tem, não machuca como as demais. Mas onde está essa rosa, não consegui chegar ainda. Há diversas rosas na minha janela. Há rosas na minha janela da alma. Foram presentes tão caras ao coração. Uma triste metáfora. Nos próximos tempos, que não posso datar ainda, irei cultivá-las, na esperança que possa tocá-las um dia. As rosas não falam, mas me ouvem. Companheiras da solidão.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O inferno é o Haiti


Quando vejo as notícias sobre o Haiti me lembro do apocalipse, que seria uma metáfora para descrever o que aquele país vive. Há uma mobilização mundial para aliviar o sofrimento daquele povo. Sofro com o noticiário, com a cada notícia de mais um brasileiro morto. Há centenas de milhares de mortos e desaparecidos. Pessoas vagando sem água, comida, sem remédios. Me lembra o ensaio sobre a cegueira do Saramago. Me lembra aqueles filmes-catástrofe americanos. O inferno é o Haiti.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Revolta

A capacidade de dissimulação dos políticos é revoltante. Aquele governador de Brasília é um aleijão moral. Mas o brasileiro é burro, cospe na própria imagem, como um narciso às avessas. E ainda somos obrigados a votar. Tenho que acreditar em reencarnação para que essa corja possa renascer nos singapuras e nas favelas.