segunda-feira, 28 de abril de 2008

Domingo no parque


Domingo é dia de dormir até tarde. Se eu conseguisse, seria ótimo. Mas na noite anterior fui na virada cultural. Nada a declarar. Mas na manhã domingal, fui surpreendido. Ainda fazem pessoas como antigamente.Risos. Café da manhã na padaria é tudo. Depois, passeei na feira de antiguidades do Bixiga. Tinha até fofão. Ai que medo. O almoço, bem, não foi um almoço comum, mas estava desejando um cachorro quente e fui comer um na barra funda. O quiosque era de uma cearense, que mexendo na árvore genealógica, chegamos a conclusão que somos parentes. Ainda engoli uma abelha. Depois, passeio no memorial da américa latina, encontro com Renata e Beatrice, visita ao pavilhão da criatividade e por fim, o circo. Eu esperava mais do espetáculo circense, mas foi meio água com açúcar. Não me empolgou muito mas dei algumas rizadas. E no fim, televisão em casa e o show da vida.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

ESTÔMAGOS


Ontem minha amiga Renata não estava bem e convidei-a para almoçar no centro de cultura judaica, pertinho de casa. Então, foi minha primeira vez com a comida kosher, como os judeus a denominam. Na culinária deles, tudo tem um sentido.Tudo tem um simbolismo incrível. Lembro que o pão não tinha fermento porque eles não tiveram tempo de fermentá-lo, na fuga para o egito. Eles não comem nada derivado de porco. E eu adoro bacon. Fui pesquisar um pouco. Cada bocado de comida que entra em nossas bocas em uma oportunidade é para cumprir uma mitsvá, um preceito. De maneira semelhante nossas opções pelo alimento e estilo de vida podem nos capacitar a seguir os preceitos da Torá para a preservação da vida humana e da saúde. Muito interessante. Mas vamos às minhas considerações. Ao olhar os pratos, observei tudo com muita curiosidade. Eles adoram comidas agridoces. Eu também. Não comi todos os prastos mas a lasanha de beringela estava maravilhosa. Provei de tudo um pouco e somente senti falta do arroz. Achei muito gostoso. A sobremesa foi uma fatia de bolo de chocolate com nozes. Delícia. A tarde, não senti muita fome, e fiquei feliz de ter me alimentado saudavelmente. A noite, fomos ao cinema. Que filme? Estômago. Haja estômago.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Guerreiros de Jorge


"Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal". Dia de São Jorge. Fé é o que mais temos e vivemos como guerreiros, no dia-a-dia. Ontem, indo para a faculdade, vislumbrei um belíssimo arco-íris duplo. Olhei-o até perde-lo de vista. Fiquei pensando que seria um dia diferente. Foi um dia calmo. A noite trouxe uma lua linda. A noite também tremeu, apenas cinco segundos. Praticamente passaria despercebido mas aqui a cama também tremeu. Não houve sustos. "Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo". Não importa o tamanho de São Jorge, e sim o tamanho da fé. Quando vivo numa cidade tão grande, tantos desempregados e pessoas passando fome. Muita fome mesmo, pois formam-se grandes filas em certos lugares, atrás de um prato de comida. Pior do que a pobreza é a falta de afeto, de solidariedade, que gera essas filas. Quando vejo certos luxos aqui, me incomodo muito. Um dia o mundo muda. "São Jorge Rogai por Nós". Jorge-Ogum. Axé.Amém.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Perdas e partidas


A vida é uma constante de perdas e partidas, e muitas vezes não estamos preparados para o fenômeno morte. E a morte é a única coisa certa em nossas vidas. Ontem, escrevi para uma amiga de trabalho, perguntando se estava tudo bem por lá. A noite ela me escreveu, comunicando a morte de um amigo, o Jorge. E como é engraçado a vida. Ontem mesmo procurei um outro amigo aqui em sampa para falar do Jorge e dizer que ele estava gravemente doente. Não deu tempo. Tive que comunicar a morte do amigo. E a morte de um amigo pesa muito. Lembro-me dele, no primeiro dia de aula. Já formado e com anos de experiência, ele desejava ter um diploma de estilista. E teve. Um excelente desenhista de moda. E ano passado, quando ele precisou afastar-se, fui ser seu substituto temporário. Encontrei um ambiente contaminado pelo bom humor e carisma do Jorge. Fechando os olhos, ouço as gargalhadas. Lembro de muitos momentos, dos quatro anos que convivemos juntos, como colegas de falcudade. Ele partiu para uma melhor. É a vida. Ficamos nós. Vá em paz, Jorge.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dia de domingo


"Alguma coisa acontece no meu coração, quando cruzo Ipiranga com avenida São João". Ontém cruzei a Avenida Ipiranga com a Avenida São João. Lembrei-me de quinze anos atrás, quando morei nessa esquina. Mas meu dia começou bem antes.Pode-se fazer muitas coisas num domingo em São Paulo. Primeiro, tomar café da manhã numa típica padaria paulista, de preferência, em boa companhia. Segundo, ir à feirinha de antiguidades embaixo do Masp e encontrar um Rolls-Royce no estacionamento. E branca, linda. Depois, ir à Praça da República e arrancar muitos sorrisos. Passear entre as barracas, olhar quadros e observar casais diversos, seja um grupo de judias ortodoxas vestidas dos pés à cabeça, seja um casal de homens, de mãos dadas, como um casal, comum, num dia de domingo. Mas o que seria um casal comum? Um casal que se gosta, que se ama, que paga suas contas, que respeita a sociedade e não deve satisfação de nada. Vi uma certa evolução na atitude dos dois. Ninguém se espantou. Amém. O mundo está mudando. Pouco, mas está mudando. Ainda caminhei até o Teatro Municipal e tentei comprar em vão os ingressos para Madame Butterfly em Junho. Esgotados. Depois fui almoçar num restaurante bahiano em Higienópolis. Uma comilança. Suei com o cozido bahiano. Ainda bem que o carro tinha ar condicionado. Em casa, tirei uma soneca, no fim da tarde. Uma soneca cheio de carinhos. E por fim, o domingo termina com o Miss Brasil. Ceará ficou mudo em segundo lugar e mais uma vez deu Rio Grande do Sul tchê. Fim de domingo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

HOMEM-BESTA


É incrível como uma tragédia, como a da garota atirada de um prédio muda para pior as pessoas. Aliás, tragédias sempre chamam atenção. Mas há um lado ruim nisso tudo. Hoje, vendo na TV, o momento em que o pai saíu da cadeia com um hábeas corpus, fiquei triste. O carro cercado, algumas muitas pessoas tocando o automóvel e dizendo xingamentos. Ainda não foi denunciado um culpado. Sendo ou não sendo, como o ser humano perde seu tempo, saindo de sua casa, ocupando-se de um problema que não é dele. Desejo que os pais não sejam culpados, para que aquelas pessoas que não tem nada melhor o que fazer na porta das delegacias, fiquem relegadas ao ridículo. E mesmo que a polícia ache os culpados, ninguém tem o direito de dizer nada. Um assasinato é um crime terrível. Mas, como acredito em Deus e em vida antes e depois dessa, sempre penso que ninguém pode atirar a primeira pedra, nem a última.É a besta, diria o apocalipse. É o ser humano-besta. Como sempre alerta minha mãe: "Nunca deixe de rezar antes de sair de casa".

segunda-feira, 7 de abril de 2008


Há muito tempo não tinha um fim de semana agradável. Na sexta, passei horas procurando um memory disk para uma amiga. Uma chuva caía e me estressava. Lembro de ter subido o metrô na escada rolante e uma brisa fria acariciou meu rosto e me lembrei imediatamente do mar. Como o mar faz falta. E alguem atendeu meus pedidos e me levou ao mar. Tudo bem que o mar de Maresias não é a mesma coisa. Não é mesmo. Praia estreita e quase ninguem na areia. O tempo não estava bom. Mas como o lugar era reduto de surfistas, eles estavam em todos os lugares. Só posso dizer que fui surpreendido. Boa surpresa. Um fim de semana de carinho e afeto. Nossa, e vivemos carentes disso, e quando recebemos, somos desarmados. É claro que devemos retribuir e tentei retribuir o mínimo. Tentei buscar o Ricardo perdido há algum tempo. Na saída, muitos abraços e um gato negro sobre o carro. Lindo. Egípcio. Voltamos debaixo de chuva. Muito bom voltar ao lado de alguém agradável e inteligente. E muitas outras qualidades. Fico lembrando e sorrindo. Amanhã é outro dia. Mas que passe logo a semana. Aleluia.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cores da vida


Há alguns dias não escrevo. Preguiça mesmo. Andava meio bege.Semana passada, estava em Curitiba, revendo lembranças e uma amiga. Uma semana de tranquilidade . Muitas mensagens trocadas com alguem.Ontem fui na 25 de março. No metrô, algumas coisas e pessoas me chamaram atenç o. Uma m e empurrando a cadeira de rodas da filha. Um carinho imenso ao cuidar daquele ser. Havia uma pobreza latente em suas roupas. A cadeira de rodas era rosa e nas roupas da garotinha predominavam a cor rosa. A vida em cor de rosa.Fiquei pensando no sacrifício de muitas m es por seus filhos deficientes. Durante o percurso, a m e p e a filha no colo e dá-lhe uma banana para ela comer. Era surreal aquele momento. Reparei em outra mulher, cabelos mal pintados, mas o que me chamava atenç o mesmo eram os olhos vidrados e parados, e o constante sorriso. Pensei que ela poderia ser cega, mas numa estaç o, ela desce, sorrindo, os olhos ainda vidrados, e seguiu. A m e tambem segiu com sua filha. Durante o dia essas imagens ficaram gravadas. As vezes temos tudo e n o conseguimos ser felizes. E ontem, vi, essas pessoas, aparentemente, sem muitas coisas, mas numa paz, seguindo seus caminhos. Nos últimos dois dias, tenho sentido uma paz. Alguem tem me proporcionado uma tranquilidade prazeirosa. A vida anda rosa. Azul. Verde.