sábado, 23 de julho de 2011

Saudades


Caminhando pela Avenida Paulista, fiquei pensando nos últimos dias. As férias estão terminando. Passei por São Paulo, Joinville, Balneário Camburiú, Blumenau e Curitiba. Ah, Curitiba. Não fui à festa da Sunga 3x4 como muitos pensaram. Mas fui pescado com um olhar. A noite foi oriental. É triste a distância, mas sempre digo que se vivêssemos há 100 anos, uma carta levaria meses. Hoje em dia podemos falar todos os dias por meios virtuais. A vida é sonho. Sonhei com meia-noite em Paris, o último filme de Woody Allen. Tenho sonhado nos últimos dias. Continuarei sonhando entre os dias e noites, em Paris, São Paulo, Fortaleza ou Curitiba. Na minha caminhada pela Paulista, hoje, uma mulher pedia esmolas e gritava que estava com fome. Como avaliar o drama de ter fome em São Paulo, o estado mais rico do país? Outra pedinte me chamou atenção também. Ela não tinha as duas pernas e pedia ajuda para lançar um livro que conta sua luta. Em determinado momento, parei fechei os olhos, e deixei que a brisa fria elevasse meu pensamento para longe. O não querer de voltar para casa e o dever de voltar à realidade cotidiana acadêmica. E por fim, me emocionei com duas coisas: a bestialidade humana de um norueguês que matou muitos inocentes, e morte precoce de Amy Jade Whinehouse. Onde estaremos seguros contra esses loucos que saem atirando? Um dia as armas não serão vendidas e todos terão lido “O menino do dedo verde”. E chego em casa e ouço que Amy morreu. Nossos ídolos morrem cedo. Mas ela cometia suicídios diários. Voltou à eternidade. Um dia voltaremos todos. Saudades de Curitiba.