terça-feira, 28 de julho de 2009

SOBREVIVENTES NO VAZIO HUMANO


Esses dias, sem carro, peguei um ônibus até a Praça José de Alencar. Passava de 21 horas e fui caminhando até um ponto de táxi. Parei na esquina. Havia uma quantidade enorme de homens, parados, distantes, uns bêbados. Olhei para um senhor, sentado no banco. Não era muito velho. Usava uma barba enorme. Tinha as feições de alguém que fora muito bonito. Segurava uma meiota de cachaça. Senti o tempo parado. Os carros passavam. Um homem vinha numa cadeira de rodas. Sozinho. Fazia enorme esforço com os braços. Personagens da vida cotidiana num mundo que não paramos para observar. Aquele minuto eterno me marcou. Peguei o táxi e fui jantar com um amigo. No fim da noite, parei no Fortal. Uma festa que não me empolgou. Gostei de ver as bandas passarem. A magreza doentia de Solange, dos Aviões do Forró. A ditadura da beleza, da magreza, da burrice. Também quero emagrecer, mas por um pouco mais de saúde. Ontem ganhei meu primeiro amigo constante: um remédio para a pressão. O médico disse que meu coração vive acelerado. Meu coração bate de acordo com meus sentimentos. Sentimentos fortes pois não sou mosca morta. Mas quantas moscar mortas encontramos pelo caminho. Aprendi a não ter medo do homem. Dos homens. Mas tem dias que meu coração não resiste às fraquezas dos fracos humanos. Vazio humano. Mas acredito que meu coração é forte. Eu sou forte. Sobreviverei.

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