terça-feira, 19 de junho de 2007

É russo ser brasileiro

Hoje fui receber meu título de eleitor. Foram três dias de maratonas e filas. O primeiro, não levei meu guarda-chuva porque o que tinha, fora roubado, e para minha sorte, choveu naquele dia e voltei pra casa. O segundo, uma fila para pagar a multa de 3 reais por eleições não justificadas. Havia uma turbeculosa na minha frente que não parava de tossir e cuspir. E ainda me chamou de lindinho de lindo e fofinho. Minha dívida : 7 reais e 2 centavos. Duas horas e quatro minutos em pé. E esses hum real e dois centavos? Só deus sabe de que é. No terceiro dia, mais uma fila. Essa foi rápida. Sessenta e sete minutos. No fim, recebo o título e a senhora que me atendeu diz boa sorte. Eu volto e pergunoi porque ela desejara boa sorte. Era porque muitos adoravam votar. Eu disse que não era meu caso. Que, se vivêssemos numa democracia não seríamos obrigados a votar. Ela baixa a cabeça e concorda. Não existem motivos políticos que me façam pensar o contrário. Ser político é a melhor profissão do mundo e o pior pecado. Trabalham três dias por semana, tem verba pra tudo que é lado, passagens aéreas, etc e etc, e corrupção e corrupção. O inferno deve estar cheio deles vendendo esperanças aos demônios. Se duvidarem, já fizeram uma nova constituição para o inferninho. Ontem estava comparando nosso momento político e social aos momentos que antecederam a revolução russa. Uma desordem total, um czar Lula alheio aos verdadeiros valores que sustentam uma nação, um povo esmagado pelo proletariado rico, uma classe intelectual que tem medo de se manifestar. E eu ainda sou obrigado a pagar imposto de renda que vai sustentar a gasolina azul do aerolula. Nunca esquecerei, há muitos anos, na véspera da segunda eleição que elegeria o FHC para um segundo mandato, estava eu na platéia assistindo o Grande Ricardo Guilherme em Bravíssimo. Chorei de emoção pela interpretação incendiada e majestosa de Ricardo sustentado por um texto baseado em Nelsom Rodrigues. E ele falava: “O que tem sido o brasileiro desde Pero Vaz de Caminha? Eu vou confessar

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