quarta-feira, 14 de maio de 2008

METADE DA VIDA


Acho que cheguei na metade da vida. Quando vejo o tempo para trás, tão efêmero, fico pensando nas transformações que o mundo passou e que eu vivi. Poucas mas algumas significativas. Lembro da morte de Chico Mendes, da queda do muro de Berlim, da eleições presidenciais, de algumas novelas, de Cazuza,Renato Russo e Cássia Eller, da insanidade de 11 de setembro. Melhor parar. Aos trinta e poucos anos, nossa percepção do mundo é diferente dos vinte e poucos. Começamos a vislumbrar a maturidade que deverá chegar aos quarenta. Há tanto o que aprender, e se possível, ensinar. Ontem, acordei cedo, e peguei caminho da faculdade. Peguei o terceiro trem que passou. Os anteriores, lotados. Entrei em um para não chegar atrasado e fiquei igual sardinha. Uma hora virei o rosto para o lado e uma moça chorava. Queria poder ajudá-la mas era um choro no meio de sardinhas. Ela desceu e nem pude acompanhar seu caminho com o olhar. Minha avó está morrendo. Oitenta e poucos anos de luta. Minha mãe está indo para seu lado. Serão dias tristes para minha família. Uma vontade de chorar me acompanha. Seria bom que deus a levasse logo. A alma é imortal. Estou cercado de pessoas que amo e que são importantes. A vida fica menos dura com essas pessoas. Amanhã é outro dia.

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