segunda-feira, 26 de maio de 2008

ENTRE LIBERDADE E LIBERTINAGEM


Domingo foi a 12ª parada do orgulho gay em São Paulo. Uma parada mesmo. O jornal noticiou que foram 5 milhões de pessoas. Brasileiro tem mania de exagerar. Não achei nem a metade disso mas tudo bem. Gente tinha demais sim. Me senti meio em marte. Qual o sentido do evento? Protestar, lutar, defender, diversão? O que vi foi muita bebedeira e libertinagem em plena avenida paulista. Vi muitas drags, umas pobres de jó, outras brilhando como o sol. Lá pelas tantas, fiquei pensando na falsa alegria e vida desses transformistas. A maioria ganha a vida na prostituição. Vida nada fácil. Poucos tem profissões definidas e estão bem empregados. Muitos vivem a fantasia de serem o que não são. Tantos homens e mulheres que deformam seus corpos, quando já não tem suas mentes deformadas de serem o que nunca na totalidade serão. Fico pensando nos carmas que cada indivíduo arranja pra si. Vi entre muitos que pediram passagem, uma "camioneira" numa cadeira de rodas. Não é preconceito não mas que carma aquela mulher-homem não carrega: feia, paraplégica, negra, lésbica e grossa. Me deu pena. Um evento que se diz o maior do mundo poderia ser melhor organizado. Nem um grande show tivemos. Quando passou o último carro, que mais parecia uma combi elétrica, me virei para o lado e perguntei: é só isso? Era. Vi todos os carros passando. Tomei duas fanta uva. Milhares de litros de silicone. Ainda bem que não me cansei muito. No fim, fomos beber um café na esquina da Oscar Freire com Hadocc Lobo. O dia terminara e a liberdade ficou no meu pensamento. Liberdade de que? A constituição diz que somos livres para ir e vir. Ainda bem. E cada um faz o que quer. Aleluia.

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