quinta-feira, 17 de junho de 2010

GOSTO E DESGOSTO


Essa semana, uma prima que há muitos anos não tinha notícias, disse que eu fui uma criança doce. Fiquei pensando nisso. A vida, o homem, a necessidade de crescer e amar, nos amarga. As vezes somos atores, representamos que está tudo bem, mas por dentro, estamos meio aos trancos e barrancos. Questiono-me muito sobre o sentido da vida e sei que tudo tem sentido, mas enxergar as entrelinhas dessa mesma vida é que nos trai e mostra que temos que crescer fortes e a doçura vai por água abaixo. Ninguém sabe o duro que foi perder a inocência cedo, tentar amadurecer na selva de leões, de pedra. O inverno está chegando e pior que o frio, é o frio no coração dos homens. O ar vai ficar pior nessa cidade e mesmo assim não irei usufruir das praias da minha infância ou dos sertões de Bodocó. Passada uma semana, em que moda mostrou-se uma coisa mais fútil do que tudo, e que vi pessoas que vivem em castelos de vaidades e tendências, sinto-me feliz que tudo passa. É moda. Passa. Somos atores, não somos? Uns com tanto mal gosto. Mas tem gosto e desgosto para tudo. É a vida.

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