domingo, 16 de novembro de 2008

O caminho para Meca


Ontem fiquei pensando no meu caminho para Meca. Está tão longe. Fiquei pensando em Cleyde Yáconis, com sua interpretação delicada e emocionante de uma artista caminhando para Meca. Lembrou-me Bette Davis, sempre precisa. Lembrei-me dos últimos dias de meu pai, precocemente envelhecido, esperando a morte. O teatro tem essa capacidade maravilhosa, quando bem feito, de nos transportar e fazer refletir sobre a vida e sobre nós mesmos. Conheci Athol Fugard vendo um amigo em cena, na Bahia, em “Mestre Haroldo e os Meninos”. Foi um contato difícil com o autor. Era a estréia.Uma peça longa, que custou a me conquistar, mas quando tomou conta de mim, fui possuído. “O caminho para Meca” foi diferente. Esperava me emocionar nas entrelinhas. Tinha lido a biografia de Cleyde. Sabia que iria ver uma das maiores atrizes do teatro brasileiro. Não vi Cacilda em vida, mas vi Cleyde. Vi Helen Martins. Ellen Martins é minha irmã. Uma coincidência. Cleyde-Helen é uma vela que não se apagará no meu caminho. Um dia eu chego à Meca.

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