sábado, 18 de outubro de 2008

Crônica de uma morte anunciada


A tragédia, enfim, aconteceu. É a crônica de uma tragédia anunciada. Três tiros e uma certeza: não havia nenhum amor no ato desesperado de um jovem que perdera sua namorada. Tudo conspirou contra o fato. Um circo se armou entre a imprensa e a polícia. Virão as perguntas inusitadas: será que os tiros que acertaram a jovem foi do criminoso ? Quem ama não mata? Amor obcessivo que vira pocessão. Teremos uma semana de intensos debates na imprensa. Que raiva! Tenho pena do rapaz. Tenho que acreditar em outras vidas para, no mínimo, não desejar a morte dele. Aí nos perguntamos: será melhor que a jovem sobreviva? Perdeu massa encefálica e uma bala ainda está no crânio. 15 anos. Que carma. É o tipo de notícia que nos deixa mais triste com o ser humano. Se fosse na idade média, a moça seria raptada e seria obrigada a consumar um casamento, mesmo que não quizesse. Mas não vivemos na idade média. Vivemos? Os bárbaros ainda continuam soltos, se pensarmos por outro lado. Poderia enumerar muitas características medievais em pleno século XXI, mas deixa pra lá. Acordei com uma imensa tristeza. Um dia cinza, nublado. Um vento frio. E ainda temos que rezar pelos desgraçados. Amém.

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