sexta-feira, 2 de novembro de 2007

ZÉLIA DUNCAN, DORES CIÁTICAS, MORFINA E AMIGOS.

Tem dias que são para a gente não esquecer. Quando vi na televisão a queda de três helicópteros, pensei, de brincadeira, que era um dia para tomar cuidado. Afinal, era véspera de dia de finados. Tudo transcorreu tranquilamente durante a tarde. Fui a oculista e passei horas conversando com ela. Só terminamos o papo porque as funcionárias da clínica estavam loucas para ir feriar. Fui para casa e me deitei, esperando a hora do show da Zélia Duncan. Às 20 horas, me levantei, tomei banho e me perfumei com as melhores intenções. No caminho para o dragão, parei num caixa 24 horas para sacar algum dinheiro. Veio a primeira facada. Nervo ciático dando ar da sua graça. Saquei e pensei que só era uma dorzinha e segui em frente. Quando desci, mais dor. E fui caminhando, me apoiando numa parede. Sentei na entrada da praça verde e vi muito amigos. Daniela de Lavor alegríssima. Muita dor. Não conseguia mais levantar. Roberto chegou com um dorflex. Nada. Mandei todos irem assistir a Zélia. Denise queria ajudar, mas resolvi esperar o fim do show lá fora mesmo. De tempos em tempos, ela ligava para saber como estava. Passou a Juliana. Dei meu ingresso a ela. Por fim, Roberto, muito solidário, saiu do show, chamou o médico da ambulância que estava de plantão e me aplicaram um voltarem injetável básico. Em 40 minutos poderia levantar e em 2 horas, beber. Era a glória. Ouvi o show todo me retorcendo. Cantei algumas músicas. Sentado na porta. Passaram 80 minutos e não consegui me levantar. Roberto pegou meu carro e fomos a Clínica São Carlos. Pela primeira vez, sentei numa cadeira de rodas. Pela primeira vez tomei soro com medicação. Dois soros aliás. E a dor foi passando mas não o problema. Por fim, na hora de ir embora, não conseguia nem voltar à cadeira de rodas. O médico propôs morfina. Eu recusei. Ainda não. Teria que ser homem e agüentar a dor e respirei fundo e me levantei, quase me jogando na cadeira de rodas. Fingi que não estava doendo muito, usei da minha força e entrei no carro. A fome competia com a dor. Mas resolvi não comer. Chegamos em casa. Para sair do carro, dor, dor e dor. Cai de quatro e fui engatinhando até a entrada do apartamento. Nessa posição, consegui me locomover. Enfim, Roberto me levantou e cheguei na cama, onde joguei-me. Dormi bem mas não muito. Mas levantei melhor, e tomei banho. As dores continuavam, mas estar de pé e equilibrado era a glória. Deixei Bob em casa e fui a farmácia. Tomei todos os remédios e mais uma injeção. Na minha família, dia de finados é sempre um dia para ficar em casa até as 18 horas. Por precaução. Hoje foi mais um dia e eu sobrevivi. Graças a deus tenho amigos. Foram muito solidários. Obrigado Roberto por ter cuidado de mim. Amanhã é outro dia. Amém.

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