quarta-feira, 14 de novembro de 2007

SECAS


Domingo estava vindo para o Cariri e algumas dores me incomodavam, mas nada que tirasse meu humor. Fiquei ouvindo música, acompanhando a seca paisagem. Pior que a seca vegetal, era a secura dos homens. Fui acompanhando o sol sumir num espetáculo indescritível e a noite vindo, anoitecendo e eu rezando com as estrelas por todos aqueles que me são caros e que a saudade bate nessas horas. E como a saudade fica enorme. Já era noite e meu papo com o céu continuou por muito tempo. Depois de anos, voltei ao Crato. Um calor sem precedentes. Muitos espetáculos acontecendo. Fui assistir uma peça que falava sobre a morte, diversas mortes. Quase duas horas. Quase morro. Comecei a sentir dor, mas resisti. No fim, lingüiça fria. E fui ao Crato Tênis Club ver os amigos. Não agüentei muito tempo. Sono. Mas os dias tem sido tranqüilos na oficina. Conhecer pessoas e realidades diferentes. Quantas secas conhecemos mais ainda. Hoje, vendo a dança dos índios tentava apagar uma tristeza dentro do meu coração. E foi bom ver aquela dança cheia de significados e mistérios. Aliviou meu coração. Aliviou a secura daquele momento. Amanhã, Bodocó.

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