Contos e crônicas da vida...a vida não como ela é, mas como a vida quer.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Saga Paulistana
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Viver e morrer em SP.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Fantasmas
Ontem acordei cedo para pegar um ônibus para Bodocó. Rodoviária do Crato vazia. Três horas de espera e veio a Viação Pernambucana. Mais duas horas de viagem e eu ligo avisando minha prima que ia chegar atrasado para o almoço. A vegetação mexe muito comigo e fui interagindo com a paisagem e meus pensamentos foram longe. Fazia uma década que não percorria esse caminho. Alguma coisa nos últimos dias me deixou depressivo. Algumas lembranças do passado andaram me assombrando também. Quantos fantasmas nos assombram. Ando assombrado.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
SECAS

Domingo estava vindo para o Cariri e algumas dores me incomodavam, mas nada que tirasse meu humor. Fiquei ouvindo música, acompanhando a seca paisagem. Pior que a seca vegetal, era a secura dos homens. Fui acompanhando o sol sumir num espetáculo indescritível e a noite vindo, anoitecendo e eu rezando com as estrelas por todos aqueles que me são caros e que a saudade bate nessas horas. E como a saudade fica enorme. Já era noite e meu papo com o céu continuou por muito tempo. Depois de anos, voltei ao Crato. Um calor sem precedentes. Muitos espetáculos acontecendo. Fui assistir uma peça que falava sobre a morte, diversas mortes. Quase duas horas. Quase morro. Comecei a sentir dor, mas resisti. No fim, lingüiça fria. E fui ao Crato Tênis Club ver os amigos. Não agüentei muito tempo. Sono. Mas os dias tem sido tranqüilos na oficina. Conhecer pessoas e realidades diferentes. Quantas secas conhecemos mais ainda. Hoje, vendo a dança dos índios tentava apagar uma tristeza dentro do meu coração. E foi bom ver aquela dança cheia de significados e mistérios. Aliviou meu coração. Aliviou a secura daquele momento. Amanhã, Bodocó.
Sem resposta

Um dia, uma visita. Um homem. Louro, alto. As enfermeiras acharam-no delicado e elegante.Tinha uma aliança na mão esquerda .Nunca aparecera antes. Explicara que era um primo distante. Morava em outra cidade. Aproximara-se do doente. Uma tristeza invadiu seu ser. Lágrimas.Tocou-lhe a mão. Estava fria. Fez um carinho. Os olhos quase mortos abriram-se. Um calor reanimou um pouco seu corpo e consegui apertar a mão do desconhecido. Queria falar e não conseguia mais. Lágrimas. Ambos choravam. Uma enfermeira que passava parou e observava a cena. O visitante abaixou e disse algo no moribundo ouvido, quase aos prantos. E saiu de súbito, atropleando a enfermeira que congelara na porta. Alberto entrou em coma depois dessa visita e morreu semanas depois de parada cardio respiratória e desnutrição crônica. No enterro, poucos parentes e alguns colegas que o estimaram em vida e foram avisados no banco. Um médico que simpatizava com ele também acompanhou o cortejo. Ao seu lado, no túmulo, sua mãe. Juntos de novo.