domingo, 7 de fevereiro de 2010

Por um pouco de felicidade.

"O dia foi de muita tristeza para todos que, nos últimos três anos, se emocionaram com a história de um jovem do Recife. Alcides do Nascimento Lins nasceu numa comunidade pobre e conseguiu passar no vestibular de Biomedicina, da UFPE, em 2007. Sonhava em se formar, mas a família não poderá ver o estudante receber o diploma. O jovem foi assassinado. "
Foi assassinado porque os criminosos, não achando quem queriam matar, o mataram por um simples capricho: não deixariam de matar alguém. A esperança move os brasileiros. Alcides era o retrato da esperança. Um desânimo me atinge ao saber dessa história. Meus Deus, como as mães sofrem diante dessas esperanças mortas pela absurda sanha criminosa que anda solta aí. Talvez seja filho da esperança. Minha mãe coragem venceu a ignorância dos meus avós e conseguiu estudar porque revoltou-se contra eles. Foi salva por uma tia que a tirou de casa e conseguiu uma bolsa numa escola que dava bolsas a meninas pobres em Manaus. Lá se vai mais de meio século. Hoje, ao conversar com ela como todos os domingos, ela contou-me que um tio perdeu a pensão mísera de um salário que recebia porque o INSS achou que ele já está bem e não merece mais receber. Meu tio cospe sangue quando tem crises. Miséria humana. Choro ao pensar que hoje estive tomando banho numa casa que vale milhões e que a felicidade não mora lá. Tive um fim de semana ao lado da felicidade. Um grande contraste com a vida. Vivemos por um pouco de esperança. A esperança não morreu mas anda doendo. Dói.