terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Regime feliz, dia feliz.

Acordar e pensar que tem alguém pensando na gente logo cedo é bom e faz muito bem ao coração. Depois do médico, no metrô, deparei-me com um casal carregando um filhinho pequeno. Fiquei observando o carinho e um detalhe na mãe: ela não tinha um dos braços. Tantas pessoas nesse mundo que superam todas as dificuldades e são mais felizes que muitos de nós. Precisamos de dinheiro, de tanto dinheiro para sermos felizes? Ainda no caminho, vi muitos revirando o lixo. Meu pensamento foi no Haiti. Precisamos de dinheiro sim, mas dignamente. Mas dividir é um verbo quase ausente do nosso vocabulário. Ao chegar em casa, no jornal da tarde, vi uma matéria sobre uma brasileira que trabalha em Londres e abriu mão de ganhar muito para ganhar pouco e trabalhar ajudando milhares de pessoas. Ela foi considerada na corte inglesa como uma mulher que faz a diferença e foi notícia. Não há como não lembrar de Zilda Arns nesses momentos. A tarde, no fim, fui encontrar alguem que penso logo cedo e que faz a diferença. Tomar um sorvete juntos, bater papo, rir, desejar, ser desejado, isso faz a diferença. O que faz você feliz? O sorvete foi ótimo. Mas ainda tem as trufas que ganhei. Que regime difícil. que regime feliz. Ainda tive tempo de fotografar as vaquinhas. Dia feliz.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

As rosas não falam


Tento enxergar um caminho difícil. O dia, prestes a amanhecer, me faz pensar na minha tristeza, na tristeza humana dos solitários. Me sinto num imenso campo de rosas, um roseiral. Há flores lindas mas não posso tocá-las ainda. O máximo que consigo é aspirar seu perfume e saber como são belas. Se tento tocá-las, firo-me, ou no desespero, firo a rosa, despetalando-a. Isso é a vida. Sei que há uma rosa que não tem espinhos, ou se os tem, não machuca como as demais. Mas onde está essa rosa, não consegui chegar ainda. Há diversas rosas na minha janela. Há rosas na minha janela da alma. Foram presentes tão caras ao coração. Uma triste metáfora. Nos próximos tempos, que não posso datar ainda, irei cultivá-las, na esperança que possa tocá-las um dia. As rosas não falam, mas me ouvem. Companheiras da solidão.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O inferno é o Haiti


Quando vejo as notícias sobre o Haiti me lembro do apocalipse, que seria uma metáfora para descrever o que aquele país vive. Há uma mobilização mundial para aliviar o sofrimento daquele povo. Sofro com o noticiário, com a cada notícia de mais um brasileiro morto. Há centenas de milhares de mortos e desaparecidos. Pessoas vagando sem água, comida, sem remédios. Me lembra o ensaio sobre a cegueira do Saramago. Me lembra aqueles filmes-catástrofe americanos. O inferno é o Haiti.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Revolta

A capacidade de dissimulação dos políticos é revoltante. Aquele governador de Brasília é um aleijão moral. Mas o brasileiro é burro, cospe na própria imagem, como um narciso às avessas. E ainda somos obrigados a votar. Tenho que acreditar em reencarnação para que essa corja possa renascer nos singapuras e nas favelas.