segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O bem sempre vence

Estava no ônibus que me levava ao SENAC. Um rapaz ouvia um mp4 alto e tocava minha música favorita do U2. Olhei o céu. Plúmbeo. Uma angústia me acompanha há alguns dias. A solidão nos campos de algodão. Ontem fui ver Almodóvar com o Marcelo. Nos filmes do espanhol há sempre uma mulher louca ou um louco, ou os dois, um viado ou travesti, alguém doente, homens bonitos,uma morte, cores fortes, e ultimamente, Penélope Cruz. O filme vale o ingresso. Não passou a ser meu preferido pois nada supera Tudo sobre minha mãe ou Volver. Mas, depois do filme, fiquei conversando sobre os caminhos da vida. Ontem, em casa, refleti sobre a solidão. Não quero sexo, somente sexo. Quero um abraço amigo. Dormir e acordar abraçando. Sentir o cheiro do outro. Corpos entrelaçados. Fim de ano ficamos cheio de reflexões. E fico pensando naquela menina que vendia cuecas na 25 de março e que apertou meu coração. Aquele momento que vivi, poucos segundos, observando aquela menina negra, sentada no chão, esperando que alguém comprasse as cuecas. O olhar perdido diante da necessidade. A imagem está colada no meu pensamento. Todos queremos um pouco de alegria no Natal. Precisamos sorrir mais.Ainda acredito no amor e no bem. É fazendo o bem que recebemos o bem. O bem sempre vence.