domingo, 26 de outubro de 2008

Eleição Animal


Primeiro, eu odeio votar. Votar não é democracia, nem aqui nem na China. E votam na China? Voto obrigatório? Fala sério. Digo e repito: se vivêssemos numa democracia plena, voto não seria obrigatório. Votar em quem e por que? Que moral a maioria dos políticos demonstram? E ainda pagamos a campanha deles. Comparo a eleição brasileira à política de uma floresta nacional. Nossa floresta é a mais conhecida do mundo, e aqui transintam todos os animais pois nossa mata é liberal.Todos os candidatos são animais. Uns carnívoros, outros herbívoros. A maioria, numa sanguínea luta, devoram-se uns aos outros, e se preciso, até jogam suas mães às feras. Temos candidatos de todos os tipos.Na maior clareira da floresta, chegaram ao segundo turno, o Viado e a Vaca. Ganhou o Viado. Os animais não sabem votar. Somos animais mesmo. Tanto o Viado como a Vaca são muito parecidos. Mamíferos e já mamam nas tetas dos governos há muito tempo. É fato. Eu não votei. Meu título é da selva amazônica e aquí a mata nativa é floresta atlãntica. Mas soube que por lá, ganhou a Cobra. Quando mudaremos a mentalidade dos animais? Difícil. O presidente de todas as florestas é uma Lula. Animal maríneo, cheio de patas. Nadou em muitas eleições, até que chegou à praia e se elegeu, depois de muitos anos tentando provar que era um animal como qualquer outro, seja da terra, seja do mar. Todos os animais acreditaram. Como sabem, as Lulas tem ventosas e onde grudam, ficam. Quero ver no próximo ano, na eleição geral de todas as florestas. Vai ser uma carnificina.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Casanova paulista


Semana passada conheci o ”Casanova” de São Paulo. Trinta e poucos anos, um cara normal, palavreado de surfista paulista, dois casamentos desfeitos, contava a glória das perseguições femininas. Não dispensava nenhuma. Tinha taras em mulheres comuns. O negócio dele era possuir as mulheres. Não posso negar, ele tinha uma qualidade essencial aos conquistadores: sabia seduzir. As carentes suspiravam. Enumerou inúmeras conquistas dentro e fora do trabalho. Casadas e solteiras. Há pouco desfez seu segundo casamento. Mas que casamento duraria, se ele não resiste a uma mulher? É uma figura engraçada, do bem, mas quando apaixonar-se de verdade por uma mulher de valores, vai sofrer. Mulheres de valores querem homens de valores e monogâmicos. Espero que ache alguém de valor que mude e baixe seu fogo. Tudo isso me faz pensar na velhice. Minha mãe tinha uma expressão para solteirões: rapaz velho. Ficar rapaz velho é triste. Nunca vai casar e nem ter filhos. Vai ter todas as mulheres do mundo mas não vai ter nenhuma, e a velhice vai chegar. Sem filhos, só. Espero que não. Só deus sabe.

sábado, 18 de outubro de 2008

Crônica de uma morte anunciada


A tragédia, enfim, aconteceu. É a crônica de uma tragédia anunciada. Três tiros e uma certeza: não havia nenhum amor no ato desesperado de um jovem que perdera sua namorada. Tudo conspirou contra o fato. Um circo se armou entre a imprensa e a polícia. Virão as perguntas inusitadas: será que os tiros que acertaram a jovem foi do criminoso ? Quem ama não mata? Amor obcessivo que vira pocessão. Teremos uma semana de intensos debates na imprensa. Que raiva! Tenho pena do rapaz. Tenho que acreditar em outras vidas para, no mínimo, não desejar a morte dele. Aí nos perguntamos: será melhor que a jovem sobreviva? Perdeu massa encefálica e uma bala ainda está no crânio. 15 anos. Que carma. É o tipo de notícia que nos deixa mais triste com o ser humano. Se fosse na idade média, a moça seria raptada e seria obrigada a consumar um casamento, mesmo que não quizesse. Mas não vivemos na idade média. Vivemos? Os bárbaros ainda continuam soltos, se pensarmos por outro lado. Poderia enumerar muitas características medievais em pleno século XXI, mas deixa pra lá. Acordei com uma imensa tristeza. Um dia cinza, nublado. Um vento frio. E ainda temos que rezar pelos desgraçados. Amém.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Amores loucos e Elke Maravilha


Louco de amor. Assim definiria o homem que pegou a ex-namorada como refém e ameaça matá-la. Amor? Que nada. Posse. Não sabem nada da vida. Parece até que só haverá um único amor na vida, e que, perdido esse, nada mais tem sentido. Loucura. Tem tanta gente solteira por aí. Gente legal. Homem, mulher, jacaré. O amor verdadeiro mesmo, aquele que dói lá dentro, tudo aceita. Mesmo não sendo correspondido, aceita e ama em silêncio. Tem gente que aceita esse amor e vive, secretamente, a vida toda para ele. É o mesmo que trancar-se e jogar a chave fora. Cada um escolhe viver como acha melhor. Sábado pude apreciar um pouco a história da russa mais brasileira que já vi: Elke Grunup, a Maravilha. Ao acaso, fui assitir o show dela, onde entre cantos e contos de vida, pude admirar uma mulher de 63 anos, há 2 metros de distância, fazer uma celebração da arte de viver. Surpreendente ouvir a história de seus pais, fugidos do comunismo. Das histórias de seus oito amores e da convivência pacífica com o último, com quem ainda divide o teto. E no fim, sem bis, ela disse que queria abraçar o público, e me abraça, dizendo no meu ouvido: obrigado por você ter vindo. Fiquei surpreendido. Parado, estático, ela me abraçando. Por fim, abracei aquela senhora com uma peruca de pérolas e agradeci o show. Fui pra casa pensando nesse encontro inusitado. Maravilha.