sexta-feira, 14 de março de 2008

Cachorras pequinesas

O tempo e o vento. Quando chove aqui em São Paulo, ficamos apreensivos. Tudo pode acontecer. Mas ao menos as chuvas amenizaram o calor. Tudo é mudança em mim. As mudanças de tempo me causaram uma gripe tenebrosa. Uma semana nesse sofrimento. E haja lenço de papel. Ontem fui caminhar nas calçadas dos chiques e famosos. Nada me atraiu. Louis Vuitton não siguinificou nada. Tudo bem que nunca tinha visto uma Ferrari verde. Verde Limão. Ando me concentrando na minha dissertação. Buscando mais inspiração. E no entra e sai de um metrô, observei uma cena inusitada. Na estação Brigadeiro, o carro parou por um instante com uma queda de energia. Quatro moças conversavam sobre seu trabalho. Provavelmente eram enfermeiras, pois minutos antes discutiam sobre procedimentos cirúrgicos. Qual a graça de tudo isso? Uma delas disse que tinha comprado um sapato escândalo e que trocaria ali mesmo pois ninguém observava. Eu observava. Ela trocou seu scarpin amarelo por uma sandália alta prata. E a luz chegou e o metrô seguiu. Fiquei me lembrando dos sapatos Louis Vuitton de hum mil e quinhentos reais. Era um sapato muito feio. E nisso me lembro das mulheres pequinesas dessa cidade. Parecem cachorros saindo de uma petshop depois de serem penteadas. Querem ser tanto e nao são nada. São sim, ridículas cachorras pequinesas.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Filmes da vida

As vezes, a gente se pergunta: Porque vemos o mesmo filme várias vezes? Ontem e hoje, vi pela enézima vez ,"Um lugar chamado Nothing Hill". O filme tem o canastr o do Hugh Grant no papel do tímido livreiro. É um filme que fala da busca e espera do amor. Ensina-nos a viver. Quantas situaç es queremos submeter certos amigos, apresentando pessoas, que esperamos bem ou mal, correspondam as car ncias desses amigos. O filme mostra um pouco disso. Mas ontem fui assistir um espetáculo chamado "Arrufos". Lindo. Fala sobre o amor e suas vertentes em diferentes épocas. Quando acabou a peça, sai do espaço onde aconteceu a encenaç o e fiquei esperando as meninas do movimento canelau. Vários casais se beijando.Vários tipos de casais, diga-se de passagem. Dormi pensando no sofrimento do jovem Werther. Dormi pensando num amor que tive, ou melhor, tenho, porque amor que é amor vai a eternidade. Mas a tristeza maior da minha vida, foi ter que me afastar desse amor para que a raz o e o bem prevalecesse. Naquela época, sofri calado. Adoeci gravemente mas me resguardei. N o me arrependo do que fiz. Respeito o sil ncio e a frieza de alguém que n o aprendeu a viver plenamente. Dias desses, na mudança, encontrei umas cartas desse passado. Trouxe-as comigo. Servir o para algo muito importante. S o a prova que eu estava certo. Mas terei que esperar pela eternidade para estar cara a cara com a verdade.Ou n o. Filmes da vida.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Mundo pequeno mundo

Peguei a primeira gripe do ano.Está um calor infernal nessa cidade. Ontem foi meu primeiro dia de aula do mestrado. É bom voltar aos bancos. Tive que acordar cedo e correr para pegar o metrô, pegar a ponte orca, pegar o trem. Ufa, uma viagem e tanto. Nas estaç es tocavam Piaf. Dentro do trem, músicas clássicas e um maravilhoso ar condicionado. A turma é meio heterog nea e a aula inaugural n o foi lá essas coisas. Hoje fui a 25 de março. Olhar tecidos. Achei uma loja fantástica. Me vi uma hora no meio do rapa. Fiquei com pena, pois todos est o tentando ganhar a vida. Na volta resolvi n o pegar o metrô e fui caminhando até a praça da república. No viaduto do chá, cruzei com um rapaz negro vestido com uma blusa verde lim o. Ele se destacava da multid o. Mais adiante, quando pensei que já tinha visto tudo, encontro uma mulher negra de cabelos oxigenados. Uh terer !E quando desço o metrô consolaç o, dou de cara com um ex-aluno meu de Fortaleza. Mundo pequeno mundo.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A vida se renovando

Andar pelas ruas de Sampa sempre nos traz uma surpresa, seja encontrar uma amiga na Paulista, seja encontrar um amigo de Fortaleza na 25 de março. O mundo é pequeno. Tenho caminhado muito por aqui. Sexta passada fui ao Masp. Fiquei observando o retrato de Suzanne Bloc, aquele que foi roubado e recuperado. Não era a melhor obra da coleção. Havia os Van Gogh e Renoir. Havia muitas coisas, aliás. A exposição sobre mitos era uma maravilha. Depois fui almoçar no restaurante de lá. Pequenos prazeres. Grandes prazeres. Ontem fui ao teatro ver “Gota D’água” de Chico. Esperei anos para ver uma montagem. Três horas de espetáculo. Maravilhoso. Fabuloso. E hoje, saindo do metrô, uma mãe amamentando seu filho na escada me chamou atenção. A vida se renovando. C’est la vie.