sábado, 29 de setembro de 2007

A BEAUTIFUL DAY

Tem dias que não sobra tempo pra nada, que nos impacientamos facilmente, e a vida deixa de ser prazerosa. Ontem foi um dia diferente. Aulas pela manhã e a noite. Mas me dei ao desfrute de ir a praia com a Lilia, uma professora que visitava Fortal. Parecia um mundo sem nada mais para fazer alem de sentir o vento na cara, tomar água de côco e desfrutar aqueles momentos. Pequenos luxos. Mas desfrutamos tão poucos deles. Somos egoístas com nós mesmos. Temos tudo para as coisas mais absurdas mas para o que nos faz realmente bem, estamos sempre ocupados. Fiquei na praia ate as 17horas e fui correndo dar aula. Tomei um banho antes, claro. A noite, capotei de sono. Nem vi o fim da novela.. Que diz feliz. A Beautiful day. Eu venci. Eu venci mais um dia.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Daqui há 3 anos...


Ontem sentados numa mês de bar, traçávamos planos eu, Jussier e Denise. Onde nos encontraríamos daqui há 3 anos. Poderia ser qualquer lugar mas a Denise já esteve em St. Paul e decidimos por lá mesmo. É uma cidadela medieval francesa. Águas vão rolar. Parecia um filme três amigos a confabular momentos do passado, traçando planos para o futuro. Três vidas. Traçar planos é uma delícia mas cada dia está mais difícil de executá-los. Ontem lembrei-me que há 15 anos fizera uma festa de despedida. Estávamos de partida para São Paulo eu e a Daniela. Quinze anos depois, eu não me formei em teatro na USP e nem a Daniela tornou-se uma cineasta. Tornamo-nos professores. E a Daniela já tem três filhos. E nossos planos? Bem, eu pelo menos continuei estudando teatro e aprendendo. De novo a pergunta: e daqui há três anos, onde estaremos? Em St. Paul Devant. Se deus quiser. E tem que querer. Ao menos que alguém ganhe da loteria. E fretamos um avião cheio de bons amigos. Preciso encontrar os marcianos.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

+ NOTA DE FALECIMENTO +
ACABA DE FALECER A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, BRUTALMENTE ASSASSINADA POR 40 SENADORES FORTEMENTE ARMADOS PELO VOTO SECRETO, ATINGIDA MORTALMENTE PELA ABSOLVIÇÃO DO SENADOR RENAN CALHEIROS. DADO O ELEVADO ESTADO DE DECOMPOSIÇÃO, O CADÁVER FOI IMEDIATAMENTE SEPULTADO, EVITANDO-SE O RISCO DE CONTAMINAÇÃO DOS CIDADÃOS DECENTES DO PAÍS. A REPÚBLICA RESISTIU BRAVAMENTE ATÉ ONTEM, QUANDO A MORTE FOI PRÉ-ANUNCIADA PELO "ALI BABÁ", CHEFE DA REPÚBLICA QUANDO, EM REDE NACIONAL, RECOMENDOU QUE O RESULTADO DA CIRURGIA QUE ESTAVA SENDO PREPARADA PELOS 40 ASSASSINOS FOSSE ACEITO PELOS BRASILEIROS COMO RESULTADO DO ESTADO DEMOCRÁTICO EM QUE VIVEMOS. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
(* 15/11/1889 + 12/09/2007)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007


Acordei de madrugada com muita dor no ouvido. Tomei analgésico e nada da dor passar. Às seis da manhã, levantei , fui na emergência de um otorrino. Infecção no ouvido. Penicilina e corticóide. Um delicadeza tomar esses remédios depois da intoxicação que tive. Enquanto esperava a consulta, surge uma senhora aos prantos. Pedia dinheiro para uns remédios. Me prontifiquei a ajudar mas a atendente disse para não atende-la pois ela era viciada em remédios. Já era comum fazer aquilo. Fiquei olhando os outros pacientes em suas dores. Pensei na felicidade de ter dois planos de saúde e poder sempre ser atendido por médicos bons. Lembrei-me uma vez que fui buscar meu irmão na emergência do hospital geral. A dor lá era maior. E quando vejo o caos da saúde pública, nos perguntamos: que país é este? Um país em que o congresso nacional não passa de uma câmara de ratos. Incapaz de eliminar de seu quadro um homem como Sr. Calheiros. Isso mostra quantos senadores tem o rabo preso por este homem que preside o senado. Quanto dinheiro roubado. Quantos hospitais agonizantes como seus pacientes. Se vivêssemos numa democracia plena, num país justo e inteligente, seria tudo diferente. Quando o brasileiro vota e escolhe seus representantes, a maioria cospe na sua própria imagem. O resultado vemos aí. Todos os dias.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

DO QUE SOMOS FEITOS...


Hoje perguntei aos meus alunos de manhã se eles sabiam que dia era hoje e o que eles estavam fazendo há seis anos atrás. Somente uma aluna se manifestou. Ainda morava em Blumenau e estava na faculdade, digitando um trabalho. Vi num site de noticias a catástrofe dos aviões que atingiram o Worl Trade Center. Foi o dia que o mundo parou. Tristeza. A irracionalidade humana no seu grau maior. Não foi um dia qualquer. Lembro que dormi estranho. Quando pensamos que o homem evoluiu, vemos que ele andou um passo pra frente e deus dois para trás. Do que somos feitos? Algumas vezes de tamanha ignorância. Brutal. Para que tanta inteligência se ela as vezes não serve pra nada. Ou melhor, serve para matar e criar ódio entre os homens. Cada vez mais procuro a simplicidade dos pequenos lugares, das pessoas simples, de homens sem desejos de modernidade. Já estou me acostumando com a idéia de viver só, o que é o maior desafio do homem em tempos de depressão galopantes. Não quero uma vida rica em dinheiro e pobre em sentimentos e amizades. Sou feito de sentimentos. Pena que muitos só são de carne e osso.

domingo, 9 de setembro de 2007

PENEDO


Há lugares que nos parecem perfeitos. Penedo foi a primeira parada de uma viagem longa. Maurício, meu amigo próximo de tornar-se Penedense ou coisa parecida, foi me buscar no aeroporto do Rio de Janeiro. Levamos meia hora para nos achar. Que aeroporto “chato de grande”. Achados os perdidos, fomos na barra buscar Darlene e Kalany, uma pastora e um labrador. Todos a bordo, pegamos a estrada e subimos a serra. Viagem tranqüila, paisagem agradável, papo bom. Chegamos e encontramos o Sandro, o homem torto. Ele foi responsável pela construção da casa do Mau mas é campeão em fazer coisas tortas na casa. O ângulo da visão dele deve ser torto mesmo. Pula! Mas a casa, muito gostosa e aconchegante. Adorei a lareira. Na hora de dormir, os cachorros deitaram-se todos na cama do dono. Pensem, uma cama de solteiro e dois cachorros enormes. Haja amor. Mas meu amigo é o cara que mais ama os bichos que conheço. Bem, lá pelas tantas, tive vontade de ir ao banheiro, e quem rosnou e me ameaçou estranhando-me? Darlene, a pastora. Ai que medo. Consegui voltar a minha cama e dormi. Meu pescoço ficou dolorido. De manhã, café e mais café. Tinha um queijo delicioso branco na mesa. Depois fomos ao centro da cidade e na hora do almoço, café da Maira. Muito bom. Lá comecei minha dieta vegetariana. Mas não resisti às tortas doces. No fim desses dias, agradabilíssimos, ouvi e conversei muito com meu amigo sobre o futuro. No fim, voltei a capital carioca para pegar um ônibus a caminho de Mendes. Ficou a saudade. E saudade de Kalany Boy, o labrador. Muito carinhoso ele. Foi bom enquanto durou.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O CAFOFO

Houve um cafofo que alguns amigos nunca esquecem. Nem eu, claro. Mas o cafofo que havia no SESC Blumenau era inesquecível. Era o cantinho onde comíamos, muitas vezes escondidos. Não eram mais que 4 metros quadrados mas cabiam umas quatro pessoas lá dentro junto com uma geladeirinha, balcão, pia. Era onde comíamos um pastel de banana com açúcar e canela e já esqueci o nome daquilo. E as cucas? Cuca de banana, nata, farofa...me deu ate água na boca. Era o lugar onde agarrava a Diane e fingíamos que havia algo extraordinário acontecendo. Altas gargalhadas. O tempo passa. O SESC passou. Mas a Diane ainda está lá e muita gente. As lembranças não passaram. Será que o cafofo ainda é o mesmo?