domingo, 26 de agosto de 2007

CHEGADAS E PARTIDAS


CHEGADAS E PARTIDAS

Hoje encontrei uma foto, das muitas que tenho com a Cíntia Pescke, e que me fizeram sorrir e chorar. Há dois anos ela partiu. Todas as festas que íamos, tirávamos uma foto afim de fazer ciúme ao marido dela. Era sempre muito divertido. Ela só me chamava de “Rica”. Um dia, um caroço na garganta, uma biópsia, o diagnóstico fatal. Mas o último natal dela passamos juntos e rimos. Foi inesquecível pelo que aprontei na hora de cantarem “Noite Feliz”. Eu não agüentei ouvir a Dona Maria desafinar e cai na gargalhada. Imagina, ela uns 80 anos, querendo me matar. Meses depois, tudo acabou. Ou começou. Para muitos a morte é o fim, para mim, o recomeço. E nessa discussão ficamos eu e meu irmão, que morre de medo de morrer. Medo de que? A vida é tão sábia. Nada acontece sem a vontade do divino. Nós é que não sabemos viver. Ontem, no caminho para Sobral fui olhando o céu. Estava lindo. Ai pus o óculo escuro e notei que a nuance de cores mudava e eu via um certo arco íris que a visão normal não captava. Assim é a vida. A gente capta tão pouco dela. Uma vida de chegadas e partidas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

POEIRA DO TEMPO


Arrumando minha casa, revirei umas caixas que guardo com cartas de muito tempo e outras coisas mais como fotos e convites. Achei o convite do Pedro, um dos mais brilhantes e cdf estudantes de medicina que conheci. Não fui a formatura dele. De repente, seguindo um impulso, encontrei-o. Muito elegante nas suas fotos mundo afora. O tempo passa. Ontem tomando café com a Denise, aliás, saimos para tomar café e tomamos sorvete, e nem podia tomar nada gelado. Mas a teimosia é braba. Encontrei alguns amigos. Ficamos traçando planos. Sempre planos e lutas para vencê-los. Viver está cada dia mais difícil mas vendo os jogos parapan, constato que não sou nada e que aqueles atletas são super heróis. Resmungamos tanto de pequenas coisas e quando vemos alguem sem braços, nadando, é um tapa em nossas caras. E por fim, vendo o terremoto no Peru, penso nos tempos apocalípticos. Pessoas passsando fome, frio e sede. E o Brasil mandando toneladas de alimentos. Nada mais justo pois é ajuda humanitária. Mas nada mais injusto se pensarmos no montante de famintos que nosso berço esplêndido tem.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

AMIGOS, ZUZU E UM BATIZADO


Que valor tem um amigo? Um verdadeiro amigo não tem preço. Meu coração tornou-se grande para atender a tantos amigos. Não vou citar nomes, mas me sinto tão especial e agradecido por ter tantas jóias em minha vida, mesmo que o tempo e a distancia digam não. Não lembro do nome do meu primeiro amigo de infância mas lembro que a mãe dele chamava-se Ramona. Coisa de louco é a memória. Um dia apostei com minha mãe e ela perdeu. Fui capaz de me lembrar de fatos desde os 3 anos. Que memória. Se pudesse me lembrar de coisas que esqueço num instante mas ninguém é perfeito. Uma coisa que nunca esqueci que uma vez apanhei por causa da Zuzu. Era uma empregada acreana que minha mãe teve. Um dia ela rasgou um vestido. Aliás, picotou com tesoura e eu fui acusado pelo ato. Era inocente. Virou trauma. Sempre falo dessa injustiça para minha mãe. Também sei ser cruel. Anos depois a Zuzu teve um filho e deu o golpe da barriga no ex-sócio do meu pai. Não tiveram final feliz. Ele perdeu tudo que tinha e ela ficou com muita coisa dele. Golpes do destino. Deixei de ser o louro bosta, meu apelido de infância. Meu irmão era o Jabuti e minha tia a Pomboca. Tou rindo aqui sozinho. Cada apelido. Bem, crescemos. E o vento levou. E por fim me lembrei do Carlos Alexandre. Quem era esse? Não sei bem ao certo, mas foi uma criança quase anônima que conheci. Um diabinho. Eu e minha irmã fomos fazer um curso de padrinhos. Enrolamos e fomos no ultimo dia para variar. E no meio da palestra, uma mãe grita: Carlos Alexandre! Venha para cá se aquietar! O menino não devia ter três anos. Mas virou-se para mãe e levantou o indicador, dando uma banana. Eu abaixei a cabeça e pus a mão na boca. Fiquei sem ar de tanto rir. Não podia dar uma gargalhada. E como é bom dar uma gargalhada.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Pro dia ser mais feliz!


Hoje acordei tão bem. A faringite insiste em não ir embora e eu insisto em tomar gelados. Ninguém é perfeito. Liguei a televisão cedo e Ana Maria Braga comentava uma crônica da Danusa sobre a constância de notícias tristes na imprensa. Semana passada encontrei uma amiga jornalista e comentamos sobre isso. Difícil não ficar indiferente quando vemos tantas infelicidades em todos os âmbitos. Mas luto para ser feliz mesmo que certas pessoas sejam contrárias a isso. Pessoas que não felizes com suas vidas, querem os outros infelizes. Me recuso a ser infeliz. Me recuso a calar-me. Prefiro falar, encher a boca, e dizer: sou feliz. Essas pessoas que se danem. Mas quem ainda não consegue enxergar as grandes felicidades nas pequenas coisas, que se esforce. É tão simples. Seja um bom dia, seja uma gentileza mínima. Qualquer coisa para o dia ficar mais feliz. Mas essa manhã foi cheia de detalhes, pequenos detalhes da vida. Sai de casa comendo uma maçã daquelas lindas, argentinas. Num sinal, uma velinha meio corcunda pedia esmolas. Eu estava do outro lado, não podia ajudá-la. Mas um lenço na cabeça e a humildade nos pedidos chamou-me mais atenção.. O sinal abriu e fui em frente. Fiquei pensando nos aeroportos. Essa semana eles bateram meu recorde de paciência e idas. Acho que minha vida daria para contar a partir de chegadas e partidas. Ontem minha mãe contou que foi testemunha da queda de um avião quando estava grávida de mim. Era no Acre onde morávamos. Ela foi a primeira a chegar ao local pois estava de moto e viu a explosão. Contou os detalhes e vendo umas fotos do ultimo acidente que alguém de não muito gosto me mandou, fiquei refletindo mais uma vez sobre meus medos. Minha vida inteira tento não me sentir mal em aviões, e não me sinto, mas todas as vezes alguns pensamentos vem. Mas em trinta e poucos anos de viagens, nunca nada me aconteceu. Só perdi uma vez uma ponte aérea, e essa perda me proporcionou um papo muito bom com meu companheiro ao lado, o Fabio Assunção. Demos altas gargalhadas lembrando histórias de amigos em comum. Quando dirigia As Anjas, foram tantas viagens, tantas histórias. Tantas partidas. Mas nada como chegar em casa. Ontem, cheguando do supermercado, fui ver alguns presentes que ganhei. Sorrisos.O que mais gostei foi um simples cartão. Adorei tudo, claro, mas cartões estão saindo de moda. Tantas coisas estão saindo de moda. Mas nem tudo. Vamos lá, pro dia ficar mais feliz.